Angola: Sem chocalho amarrado na canela

Se a gente pensa em Angola, logo pensa em pobreza, reportagens do Jornal da Globo, pessoas pulando corda, fazendo tranças no meio da rua... Lembram da musiquinha clássica do Chico Buarque? "Morena de Angola que leva o chocalho amarrado na canela..." Tá. É Chico Buarque, é cool, mas CADÊ a Angola? Será possível que num país onde tantas tranças são feitas, eles façam videoclipe?

Você conhece algum clipe angolano?

A MTV provavelmente nunca exibiu um clipe angolano por aqui, mas o Brasil conhece algumas celebridades de lá. Não lembrou de nenhuma? Então força sua memória, passe pelos webhits, pense em mulher de mini-saia, mulher barriguinha, mulher de roupa transparente... Mas cuidado, cuidado, povo de Deus! Não pense tanto nisso, pois é uma armadilha de Satanás!

Irmã Sofia é uma das principais cantoras evangélicas de Angola. Apesar da canção ter se tornado comédia por aqui, no país protagonista desse VMC, ela é levada bem a sério. Por via das dúvidas, cuidado, cuidado, povo de Deus!

Mas quer saber?
A Armadilha booomba nos clipes Angolanos
Que mané Chris Brown? Na Angola, as meninas suspiram por Yuri da Cunha! Nos clipes dele tem mulher de decote, homem de brinco (e trança)... Tudo bem comum a qualquer clipe do cenário pop, desde os olhares pra câmera às historinhas de amor não correspondido.


E se tem Chris Brown, também tem sua Britney. Muito sensual, Neide Van-Dúnem é uma cantora e atriz do mundo pop angolano. A música traz fortes referências da cultura da Angola principalmente no arranjo. Se trocarmos a música de fundo, o clipe se passaria facilmente como uma das queridinhas do pop norte-americano.


O clássico na Angola

Um dos principais nomes da música popular angolana, Bonga cresceu na província de Bengo, a norte de Luanda. Rodeado por bairros que exaltam a cultura local, Bonga não podia trilhar outro caminho. Suas letras refletem a resistência de um povo marginalizado pela dominação colonialista da época. Com toda importância artística e política, o músico tem mais de 30 álbuns, seis clipes, fez trilha sonora pra 7 filmes, além de sempre representar a Angola em eventos importantes para ONU, UNICEF e Anistia Internacional.


Também representante da música engajada angolana, Paulo Flores iniciou sua carreira como cantor de Kizomba, aos 16 anos. O músico morou em Lisboa durante parte da infância e, em suas músicas, retrata temas como corrupção, governo e, claro, a vida cotidiana dos angolanos. A relação Angola-Brasil é explicitada no clipe abaixo, em que o cantor interpreta um clássico de Dorival Caymi.


Kuduro: O pancadão angolano

No ano passado, o Brasil viu explodir um estilo musical até então desconhecido: O Kuduro. Ele estava presente em diversos programas de televisão, concursos foram realizados e até no carnaval da Bahia, foi parar. O Kuduro é um estilo musical originado da dança homônima. Os arranjos têm referências do zouk e as letras geralmente têm influência do humor.
Uma curiosidade: sabe de onde vem o termo kuduro? É óbvio! Para executar os passos, é preciso manter o quadril duro... Deu pra sacar, né?
Os principais nomes do estilo: Tony Amado e Dog Murras, que já até veio ao carnaval brasileiro divulgar o estilo:


A riqueza da cultura angolana se reflete nas músicas, nos clipes, e nos faz ver que a Morena de Angola, perto disso tudo, é pinto. Pinto. Não galinha da Angola.