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segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Breve História do Tango

por José Maria Pugas Filho

Sarmiento e Roca são dois heróis nacionais da Argentina. Seus maiores trunfos foram ter “limpado” a Argentina de duas ameaças: os negros e os indígenas.


 








Quantos de nossos heróis nacionais, argentinos, uruguaios, brasileiros ou norte-americanos, não entraram nos livros de história graças ao extermínio sistemático de indivíduos considerados perigosos, delinqüentes, ameaças às nações civilizadas.


No início do século XX, Buenos Aires era um turbilhão das mais diferentes nacionalidades. Um dos principais portos do mundo, imigrantes se amontoavam nos trapiches da capital mais européia das Américas. O Lunfardo nasceu graças à Babel que era o Porto de Santa María de Buenos Aires. Este dialeto mestiço, com palavras do italiano, espanhol, alemão, dialetos africanos e tantos outros sintetizava o espírito das classes mais baixas da sociedade argentina.


Enquanto estes homens esperavam as moças de vida nos bordéis portenhos, os homens se entretiam, dançando entre si em um ritmo filho da confusão cultural. Nascido de pais negros e europeus, o tango é, segundo Borges, filho da milonga uruguaia e neto da habanera. Seus passos proibidos para homens e mulheres decentes, ficou encarcerado na zona portuária e lugares de má-frequência. Assim como os seus avós caçados pelos fundadores da pátria argentina, o tango era indesejada criação pelos patrícios da Recoleta.


O mundo logo no início abraçaria o tango, como um ritmo latino mais aceitável que os caribenhos. A lascívia do tango era mais contida, a paixão, mais européia que na rumba ou na salsa.


Na Argentina, o tango foi extra-oficialmente proibido por Hipolito Yrigoyen, presidente no final dos anos 20 e início dos 30. A Grande Depressão alcançou o Tango.


Mas com Juan Perón e Carlos Gardel, o tango virou de vergonha nacional, um motivo de orgulho. Mulheres da Sociedad Rural - berço, cama e tumba da nobreza agrária argentina – dançavam versões mais contidas do ritmo enquanto a primeira dama da nação não escondia seu passado como dançarina paga.


O Tango renascia com as bênçãos da elite.

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