Clipestesia!


segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Clipes na Política

por José Maria Pugas Filho

A Revolução comunista proposta por Mao foi fortemente baseada no ressureição cultural de uma China multilada pelas potências estrangeiras. Este fato já é público, notório e parece até que estamos sem saber o que falar. Mas a verdade é que é impossível entender a China de hoje sem entender os mais de dois milênios de sua história e, principalmente, o trauma cultural criado por mais de 50 anos de perseguição política que negava o rico passado imperial chinês e rejeitava o contato com outras culturas.


O que poucos sabem é que filmes musicais épicos serviam como arma do regime para recriar a China de acordo com suas expectativas de controle social. Esta prática tinha como madrinha a esposa de Mao, Jian Qing, que selecionava quais obras seriam ofensivas ou não ao regime. A censura desta época era justificatida pela pureza e harmonia da Sociedade Chinesa. Mesmo que exigisse fuzilamentes constantes e destruição de obras primas que jamais conhecemos ou conhecemos somente por relatos históricos.


 


O que com certeza o casal Tse Tung não esperava era como isso influenciaria a cultura musical chinesa pós-revolução. A indústria de filmes ainda produz com profusão musicais, com temas pouco revolucionários, contudo, e músicos buscam legitimidade através de clipes na MTV. Como era de se esperar, ao se olhar para o abismo, o abismo olha de volta, ou seja, a influência de clipes ocidentais é óbvia desde a criação da MTV China.


A estética dos musiciais revolucionários ainda provoca nostalgia e uma onda de remakes e clipes baseados naqueles valores proliferam enquanto a China tenta reencontrar sua identidade. Jovens Comunistas criam clipes veiculados pela internet, enquanto outros pró-ocidentais ou que apenas discordam da condição política da China contemporânea - como os perseguidos Falun Gong -circulam suas produções musicais no mercado negro.


 


 


A MTV, por não ter seu sinal (plenamente) controlado pelo Partido Comunista passa os clipes internacionais e clipes chineses que se adequam ao "padrão de qualidade" americano. Até o próprio governo criou um clipe para o hino oficial Chinês!




A China, gigante e de mil maravilhas, escapa ao olhar superficial que a limita por crimes de poucos. Ver este país através de seus clipes é ao mesmo tempo observar as pressões de um governo viciado na censura e a luta da cultura pela sobrevivência e liberdade. Quem ganhará esta luta? Não sei, mas aposto todas minhas fichas na liberdade. Sempre!

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Clipes da Mongólia? Cazaquistão? Uzbequistão? Outros países terminados em ão? Lógico que tem! E como tem! O VMC quer mostrar as mais diferentes culturas desse mundão afora e como ela aparece nos videoclipes.



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