Clipestesia!


segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Gotan Project

por José Maria Pugas Filho




Gotan Project - Mi Confesión





TAN-GO. Inverta isso. O que vira? GOTAN. E foi daí, e não de nenhuma saga de Batman que surgiu o nome deste projeto internacional de tango. São três nacionalidades neste trio de músicos. Um francês, um suiço e um argentino. E como três pode ser muito cabalístico, três são as paixões: tango, jazz e música eletrônica.


Como pudemos ver, o tango é uma música internacional. Bajofondo, com seus músicas argentinos e uruguaios. Otros Aires, espanhóis, uruguaios e argentinos. Federico Abelle é franco-argentino, assim como tantos outros que espalharam o tango.


Na Argentina, esta música cosmopolita representa Buenos Aires. E foi por esta cidade assumida como hino de guerra nas crises que marcaram o início do século XX neste país. Como o Rock argentino em língua espanhola nasceu na Guerra das Malvinas, quando se proibiu o idioma inglês, os spoofs na Argentina tiveram seu grande início nos vídeos de protesto.





Gotan Project - Queremos Paz



 


 

Como nos demais casos, o Tango se mescla com outros ritmos. No entanto, em Gotan Project, esta mestiçagem é testada ao extremo. Hip Hop, rap, acid jazz e ritmos africanos. Estes são apenas alguns dos vários ingredientes disponíveis nas fórmulas mágicas desta orquestra.


 


Gotan Project - Santa Maria (del Buen Ayre)



_________ pra saber mais:

# Piazzola na Internet - http://www.piazzolla.org/

# Gotan Project - http://www.gotanproject.com/

# Bajofondo - http://www.bajofondo.net/

# Federico Aubele - http://www.myspace.com/aubele

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Tango fusion do Bajofondo

por José Maria Pugas Filhos

 







Bajofondo - Perfume


 


Quando esquecem as brigas, argentinos e uruguaios até trabalham bem. E quando brigam, trabalham ainda melhor. Em 2002, Bajofondo, um grupo formado de argentinos e uruguaios, lançava o seu primeiro álbum Bajofondo Tango Club. A mistura de tango acústico, música eletrônica e outros ritmos da região platina moldaram seu sucesso. Chamaram essa mescla de Eletrotango, ou ainda, Tango Fusion.


Disputados na Europa e Estados Unidos, pouco tem tempo de tocar em suas terras natais. Estão no terceiro álbum e suas competências musicais podem ser comparadas ao talento para produzir clipes.


Nestes clipes, a estrela não é a banda, mas sim o Tango.


Aliás, algumas músicas como Pa’Bailar contam com 2 ou mais versões de clipes diferentes. Todas oficiais e com grandes nomes do cinema latino. Nesta seção, disponibilizamos 3 delas. 

































Seu ultimo álbum, Mar Dulce, de onde saiu Pa’Bailar, é uma mistura das músicas alternativas contemporâneas latino-americana do Rio de La Plata.

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Uruguaio ou Argentino

por José Maria Pugas Filho

 


Federico Aubelle - Postales


Separados por um rio, Montevidéu e Buenos Aires disputam entre si quase todos aspectos da vida cotidiana. Discutem quem tem o melhor porto, quem tem a menos suja política. Quem é mais européia, quem inventou o mate ou o chimichurri – molho típico da Prata, mas criada pelos negros do interior. Por fim, disputam quem inventou o Tango.


Com o Tango nuevo, esta disputa se acirra.


O declínio do Tango nos anos 50 durou as 4 décadas seguintes. As ditaduras proibiram em ambos países as multidões, acabando com este ritmo baseado na sociabilidade das milongas. O Rock ‘n Roll avançava como seu substituto.


Com os anos 90, o tango ressurgiu. Assim como Piazolla tinha transformado o tango em um ritmo clássico, que poderia ser executado em teatros como o Teatro Colón, DJs e músicos de todo o mundo se reuniram para reerguer o moribundo tango argentino.


Nascia assim o Tango Nuevo.


 


Tangheto - Mente Fragil


Misturando sons eletrônicos, mcs, cantores de rap, hip hop, rock e outros convidados inesperados, o tango voltava a pertencer a juventude. Os heróis Roca e Sarmiento foram esquecidos e degredados. Viraram nomes de rua e estátuas, mas seus ideais de pureza argentina foram renegados pelos filhos da crise e da ditadura.


E onde entra a disputa entre Uruguai e Argentina nessa história.


São eles as fontes de maior renovação do tango. Nas milongas, ou nas discotecas.



Eletrotango - Tango XXI

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Breve História do Tango

por José Maria Pugas Filho

Sarmiento e Roca são dois heróis nacionais da Argentina. Seus maiores trunfos foram ter “limpado” a Argentina de duas ameaças: os negros e os indígenas.


 








Quantos de nossos heróis nacionais, argentinos, uruguaios, brasileiros ou norte-americanos, não entraram nos livros de história graças ao extermínio sistemático de indivíduos considerados perigosos, delinqüentes, ameaças às nações civilizadas.


No início do século XX, Buenos Aires era um turbilhão das mais diferentes nacionalidades. Um dos principais portos do mundo, imigrantes se amontoavam nos trapiches da capital mais européia das Américas. O Lunfardo nasceu graças à Babel que era o Porto de Santa María de Buenos Aires. Este dialeto mestiço, com palavras do italiano, espanhol, alemão, dialetos africanos e tantos outros sintetizava o espírito das classes mais baixas da sociedade argentina.


Enquanto estes homens esperavam as moças de vida nos bordéis portenhos, os homens se entretiam, dançando entre si em um ritmo filho da confusão cultural. Nascido de pais negros e europeus, o tango é, segundo Borges, filho da milonga uruguaia e neto da habanera. Seus passos proibidos para homens e mulheres decentes, ficou encarcerado na zona portuária e lugares de má-frequência. Assim como os seus avós caçados pelos fundadores da pátria argentina, o tango era indesejada criação pelos patrícios da Recoleta.


O mundo logo no início abraçaria o tango, como um ritmo latino mais aceitável que os caribenhos. A lascívia do tango era mais contida, a paixão, mais européia que na rumba ou na salsa.


Na Argentina, o tango foi extra-oficialmente proibido por Hipolito Yrigoyen, presidente no final dos anos 20 e início dos 30. A Grande Depressão alcançou o Tango.


Mas com Juan Perón e Carlos Gardel, o tango virou de vergonha nacional, um motivo de orgulho. Mulheres da Sociedad Rural - berço, cama e tumba da nobreza agrária argentina – dançavam versões mais contidas do ritmo enquanto a primeira dama da nação não escondia seu passado como dançarina paga.


O Tango renascia com as bênçãos da elite.

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Dias capitalistas

por José Maria Pugas Filho




Slot - Dead Stars


Então os dias de Comunismo tinham terminado. As filas para pão na Praça Vermelha eram aos poucos substituídas pelas do McDonalds. Era a nova Rússia, enriquecida pelos petrodólares e reorganizada pelas máfias.


O cenário underground do rock clássico russo também morria com Viktor Tsoi, morto em 1990. Em seu lugar, o grunge, punk rock, ska rock e rock alternativo tocavam na Nashe Radio, primeira rádio russa a tocar exclusivamente rock. Muitas, cantando em inglês.



Nochnie Snaiperi - Ya Esna




Tarakany - Poezd v Storonu Arbatskoy


O Pop-rock também atravessaria as fronteiras russas, começando pela banda Mumyi Troll.



 


Mumyi Troll- Nevesta

 




Os anos 2000 foram testemunhas do primeiro fenômeno internacional do rock russo. TaTu e seu pretenso lesbianismo mostrou a fusão do Rock alternativo e música eletrônica que marca o cenário russo.


Não que o Rockapop (o pop rock russo) tenha perdido espaço. De forma alguma. Ele prossegue o ritmo rock mais ouvido e consumido na Rússia. Mas representantes do folk, das tradições eslavas e lendas russas estão contentes com o fortalecimento do Folk Rock e, em destaque, com o Pagan Metal. O culto a "Alma Russa" está em alta.



Arkona - Pokrovi Nebesnogo Startsa



Nem tudo são flores. Apesar do cenário russo do rock estar em um de seus melhores dias, com a internacionalização de suas vendas e o fim da censura, não podemos assumir que está tudo bem.


Como em outras partes do mundo, o rock é usado como veículo de dissiminação do ódio racial. Através de clipes caseiros, a internet é um terreno próspero para difusão de clipes que conciliam a adoração a ídolos genocidas da época comunista, como Stalin. Culpam as minorias étnicas de países empobrecidos da ex-URSS pelo fim do sonho comunista. E justificam, com sua ira desmedida, invasões como a que vimos na Geórgia.


E é com um destes vídeos que encerraremos nosso especial Rússia... Boa sorte, Rússia. Esperamos que no nosso próximo encontro não tenhamos que nos confrontar com estes idiotas. Que eles se lembrem que foi o inverno russo que recuou o Nazismo na Europa.




_________ pra saber mais:

# Música Russa na Internet - toneladas de bandas de rock russo- http://russmus.net/genre.jsp?g=rock/pop

# Lista de bandas russas - http://www.clinus.org/kurssit/whoswho.htm

# Nashe Radio - http://www.nashe.ru/

# MTV Russia - http://www.mtv.ru/main.wbp

# História do Rock na Rússia -

http://www.russia-ic.com/culture_art/music/380/#r1

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A queda da URSS

por José Maria Pugas Filho




Nautilius Pompilius - Krija





Apesar de ainda presente, a censura nos últimos anos da URSS foi bem mais suave que nas décadas anteriores.











Aukion - My Love


 


 


  A década de 80, aliás, foi aberta pelo primeiro festival de rock da URSS, sob o nome (traduzido obviamente) Ritmos Primaveris Tbilissi-80, na cidade georgiana de Tbilissi. Nesta época, hippies confraternizavam com os Mitkis.


 

Os anos 80 também assistiriam o nascer do Rock Siberiano com Egor Letov, Kalinov, Alexander Baschlachev e Yanka Dyagileva. Suas letras obscenas se diferenciavam das músicas sobre alcoolismo, violência doméstica e outras que tratavam do lado negro da sociedade soviética cantadas nos rock-clubs de Moscou ou Leningrado. Por isso, eles foram perseguidos com entusiasmo soviético pela KGB.


 


Kalinov Most - Kon Ogon


 


A ascensão de Gorbachev ao governo foi marcado pela aproximação com Washington. O Festival de Música pela Paz, em Moscou, recebeu os primeiros astros do rock ocidental em terras comunistas. Os Scorpions foram recebidos no Kremlin e Brian Eno produziu o álbum de Zvuki Mu para o mercado ocidental


Aliás, em 1986 seria lançado nos EUA o vinil duplo "Red Wave", compilação com quatro bandas de Leningrado: Aquarium, Kino, Alisa e Strannye Igry. Foi o primeiro lançamento oficial de rock russo no Ocidente. Seria também nos meados da década de 80 que começaria a crescente cena de Heavy Metal Russo com bandas como Aria



Aria - "Iced Heart"


.


Em 1989, viria a Perestroika e com ela a queda da URSS. Mas antes de sua morte, morreria o selo soviético Melodyia. Era o início do rock comercial.

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Sobrevivendo na censura

por José Maria Pugas Filho


 


Para aqueles que se esqueceram de frequentar aulas e vivem em outro planeta, a Rússia era o centro da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, rival em Guerra Fria dos EUA. Ou seja, se EUA tocavam, URSS proibia, e vice-versa.


Como o Rock foi parar na URSS então?


A questão é que ninguém sabe. Só se sabe que no final dos anos 60 a música soviética era dividida entre aquelas publicadas pelos selo oficial Melodiya e todo o resto. Neste segundo grupo, estavam os bardos, cantores e compositores do underground folk (imaginou elfos góticos? Eu também).


Como a música ocidental era proibida, e as músicas soviéticas não autorizadas não eram gravadas, contrabando era a principal forma de se escutar música que não parecessem hinos marciais. SOCORRO!


As primeiras bandas de rock em Moscou tinham influência dos Beattles e Deep Purple.


As duas décadas seguintes foram de luta. Não só contra o governo, mas contra a própria consciência que condenava a simples cópia. Transformar se tornou o lema dos primeiros rockeiros e continuam sendo.


Dois exemplos desta luta são Yuri Morozov, criador do rock psicodélico russo ao unir elementos do rock progressivo com músicas étnicas russas, e Alexander Gradsky, que ao fundir música barda com rock vendeu milhões de cópias de seus álbuns em toda a URSS.









Alexander Gratsky - Песня из м/ф "Перевал"


 


Até hoje, como compositor, cantor, diretor de clipes e engenheiro de som Yuri Morozov inspira novas gerações de cantores, como o Mad Heads, que neste clipe é dirigido pelo pai do Rock Russo.





Mad Heads- Naikrascha Myt

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Rock'n Russia

por José Maria Pugas Filho



Fillip Kirkorov - Ya vstretil devushku


Fãs do Rock Russo (Pусский рок) frequentemente se referem a maior parte da música tocada na MTV Russia ironicamente como "popsa", uma dicotomia que aparece com a década de 80, quando o governo controlava as estações de TV e rádio para que elas passassem somente músicas inofensivas de artistas com Alla Pugachova e Filipp Kirkorov . As fronteiras entre o Rock e os demais ritmos são bem demarcadas, sendo apresentações conjuntas entre cantores pop e rockeiros uma anomalia.


Nogu Svelo quando gravou com Nataliya Vetliskaya se aventurou nesta fronteira. O resultado foi uma perda de fãs e quedas nas vendas, além da hostilidade do cenário rock...













Natalya Vetlitskaya / Наталья Ветлицкая - Polovinki



 


Em contraste com o rock ocidental, sua versão russa é quase sempre referido como sendo menos padronizado; ele é caracterizado por diferentes ritmos, instrumentos e letras mais envolventes e engajadas. Instrumentos não convencionais são geralmente usados ao lado de guitarras e baterias (violinos e instrumentos de sopro especialmente)


Outra característica do Rock Russo é sua metade Folk. Não são raras as músicas de rock, especialmente clássicos dos anos 80, que falam de grandes épicos nacionais, e elementos da música folclórica russa. Aquarium, DDT e Yuri Morozov são bons exemplos disso



 


DDT - Veter

 

 

Considerando suas raízes poéticas (a literatura russa, músicas de bardo) não é uma grande surpresa que letras tenham um papel muito mais determinante no Rock Russo que em seu irmão americano. Melodias vocais são algumas vezes alteradas para serem ouvidas com mais paixão pela audiência (Viktor Tsoi, vocalista do Kino, foi pioneiro em um estilo de cantar característica, monótono, quase sem variações, que foi imitado por muitos)



 


Viktor Tsoi and KINO - Kukushka

A Rússia sempre esteve entre o Oriente e o Ocidente, com a sua Águia de Duas Cabeças nas Armas Nacionais. A derivação oriental do Rock Russo veio com trilhas de filmes como Guardiões do Dia com roteiros baseados nas lendas da vastidão siberiana. O Rock russo usa efusivamente e integra elementos de culturas tanto do Ocidente como do Oriente (principalmente de países da ex-URSS).


Peguem seus casacos. Clipestesia revela os segredos do Império Rock Russo.

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Clipes na Política

por José Maria Pugas Filho

A Revolução comunista proposta por Mao foi fortemente baseada no ressureição cultural de uma China multilada pelas potências estrangeiras. Este fato já é público, notório e parece até que estamos sem saber o que falar. Mas a verdade é que é impossível entender a China de hoje sem entender os mais de dois milênios de sua história e, principalmente, o trauma cultural criado por mais de 50 anos de perseguição política que negava o rico passado imperial chinês e rejeitava o contato com outras culturas.


O que poucos sabem é que filmes musicais épicos serviam como arma do regime para recriar a China de acordo com suas expectativas de controle social. Esta prática tinha como madrinha a esposa de Mao, Jian Qing, que selecionava quais obras seriam ofensivas ou não ao regime. A censura desta época era justificatida pela pureza e harmonia da Sociedade Chinesa. Mesmo que exigisse fuzilamentes constantes e destruição de obras primas que jamais conhecemos ou conhecemos somente por relatos históricos.


 


O que com certeza o casal Tse Tung não esperava era como isso influenciaria a cultura musical chinesa pós-revolução. A indústria de filmes ainda produz com profusão musicais, com temas pouco revolucionários, contudo, e músicos buscam legitimidade através de clipes na MTV. Como era de se esperar, ao se olhar para o abismo, o abismo olha de volta, ou seja, a influência de clipes ocidentais é óbvia desde a criação da MTV China.


A estética dos musiciais revolucionários ainda provoca nostalgia e uma onda de remakes e clipes baseados naqueles valores proliferam enquanto a China tenta reencontrar sua identidade. Jovens Comunistas criam clipes veiculados pela internet, enquanto outros pró-ocidentais ou que apenas discordam da condição política da China contemporânea - como os perseguidos Falun Gong -circulam suas produções musicais no mercado negro.


 


 


A MTV, por não ter seu sinal (plenamente) controlado pelo Partido Comunista passa os clipes internacionais e clipes chineses que se adequam ao "padrão de qualidade" americano. Até o próprio governo criou um clipe para o hino oficial Chinês!




A China, gigante e de mil maravilhas, escapa ao olhar superficial que a limita por crimes de poucos. Ver este país através de seus clipes é ao mesmo tempo observar as pressões de um governo viciado na censura e a luta da cultura pela sobrevivência e liberdade. Quem ganhará esta luta? Não sei, mas aposto todas minhas fichas na liberdade. Sempre!

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Não se fazem mais chineses como antigamente

por José Maria Pugas Filho

Quando em 1949 o Camarada Mao Tse Tung proclamou a Revolução Cultural Chinesa, qualquer vestígio de cultura ocidental era vista como um pecado a ser extirpado da Nova China. Instrumentos como violino eram queimados publicamente e qualquer disco ou roupa que fugisse aos dogmas do Livro Vermelho seriam queimados publicamente. Muitas vezes, juntava-se a este espetáculo a execução do "criminoso cultural".


Imagino o que o Mao falaria ao ver as beldades da Nova China...


#01. Jolin Tsai











Jovem Princesa do Mandopop - Pop Mandarim - esta cantora de Taiwan, considera província rebelde por Beijing e país independente pelo resto do mundo ignora os conflitos políticos e é ícone popular na China.


#02. Stefanie Sun




Outra estrangeira na lista? Sim, para desespero dos linhas duras de Beijing, esta artista de Cingapura vendeu só este ano 950 mil cds na China. Com cabelos curtos, estética contida mas abertamente ocidental, posicionamento político pró-capitalismo e contrato com a Warner Music de Taiwan, ela pertence à prestigiada classe de artistas adorados pelos jovens chineses e tolerados pelo Governo.


#03.Duan Si Si



IA China é gigante. Isso não é novidade para ninguém. A diversidade de seus grupos étnicos fazem com que os ritmos ocidentais, além de incorporados pelos chineses, assumem diferenças gigantes entre as etnias e as regiões do país. Este é o caso do rap, que neste clipe, é cantado em Wuchan, dialeto mandarim da região de mesmo nome. Adeus, plano de um idioma para uma nação de Mao...


#4. Jay Chou


 


Adivinha? Desta vez é homem, mas ainda é de fora da China. Nascido em Taiwan, Jay Chou é um dos principais ícones pops de cidades como Beijing, Shangai e Hong Kong, além de ser um dos maiores, senão o maior, compositor de Mandopop na China. Sim, na China.


Suas músicas são cantadas com euforia com estudantes adolescentes e seu rosto enfeita cadernos - e sonhos - femininos.


#05. Brain Failure




Para encerrarmos a lista dos 5 pesadelos de Mao, que tal explorarmos o submundo Punk de Beijing?


Brain Failure mistura letras em inglês e mandarim, com riffs pesados e estilo punk ocidental. Nascidos nos anos 90, hoje contracenam com artistas ocidentais e tem o resto da Ásia como principal consumidora de seus CDs, já que não são bem vistos pelo Governo Comunista chinês por "atrapalharem a harmonia da sociedade chinesa e desviar os jovens"...


Por mais absurdo que pareça esta desculpa, ela poderia ser usada por qualquer político conservador do mundo para condenar expressões musicais que não entendem ou que os ameaçam. Não é, Bush?

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Rock e contra-revolução

por José Maria Pugas Filho








Enquanto o Rock americano tem raízes no Blues, som derivado dos negros escravos americanos, o Rock chinês goza de raízes próprias que o fazem único. Dúvidas? Se vc ver o clipe que inicia nosso artigo, saberá muito bem do que estamos falando, pois é dele que nasceu o Rock Chinês.


O estilo nasceu da tradição cultural do Xibeifeng - Vento do Noroeste, para incultos - principal gênero musical popular da China nos anos 80. Profundamente inspirado na sonoridade folclórica do norte. As canções de protesto resultaram em eventos tão importantes para entendermos a China de hoje, como o Massacre da Praça Celestial. Ainda assim, nos anos 80 o Rock Chinês está longe da ferocidade de seus pares norte-americanos. Músicas suaves como I Have Nothing inspiraram o início da revolução do Rock na China.


A luta pela individualidade dos jovens chineses advinda em grande parte do contato com a cultura ocidental se investiu dos acordes de Rock e dos Ventos do Noroeste.


 


Mais foi em 1984, com Cui Jian, inspirado pelas Canções de Cárcere de Chi Zhiqiang, que o Rock propriamente dito nasceria em Pequim. A primeira música rock chinesa é Nothing to My Name, de Cui Jian, que vemos logo abaixo.


 


Seria esta música o hino de protesto dos estudantes na Praça Celestial em 1989. E graças a ela, muitas outras bandas de rock desafiariam o governo comunista para se estabelecer nas fronteiras chinesas. Entre elas, Tang Dinasty, Cobra, Breathing e Infallible. Falo de desafio pelo fato do rock ter sido oficialmente banido de toda imprensa oficial (ou seja, virtualmente toda imprensa do país).


E nos anos 90, parecia que o Partido Único Chinês tinha ganho. Banido das televisões e com performances proibidas, o rock agonizava. Foi nesta época que o Rock Chinês começou a ganhar letras em inglês e ser ouvida pelo mundo.


Este contato com o mundo exterior deu ao Rock Chinês, ainda influenciado diretamente pelos sons étnicos, contornos de pós-punk, extreme rock e cores japonesas do Visual Kei e Gothic Lolita.


Seria estranho então pensarmos que seria realizado exatamente na China o maior festival de Rock de todos os tempos? Nada é estranho na China, querido leitor. Desde 1999, a Midi Modern School of Music, escola de formação musical em Jazz e Rock, organiza o Midi Modern Music Festival, trazendo bandas internacionais para tocar junto a bandas chinesas. São mais de 100 bandas todo festival.


Para encerrar, para todos aqueles que amam We are The World, Live Aid e todos os encontros musicais e músicas motivadas por tragédia, graças ao terremoto de Sichuan neste ano que o rock chinês voltou à mídia. Músicas em homenagem aos heróis e vítimas da catástrofes foram compostas por quase todos rockeiros chineses. Ainda assim, grandes festivais de rock foram cancelados pelo Governo de Beijing com a desculpa de solidariedade com o desastre natural e os esforços pelas Olímpiadas.


Quais serão as desculpas dos próximos anos?

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Hip Hop em mandarim

por José Maria Pugas Filho



Apesar do Hip Hop estar presente no mundo ocidental há várias décadas, as raízes do Hip Hop na China remontam a década de 80 apenas, e, mesmo assim, somente nos anos 2000 que a cena musical chinesa começou a retirar o ritmo da marginalidade.


A raiz do hip hop chinês se encontra na indústria cinematográfica de Hong Kong, ainda sob domínio inglês. com os filmes Wild Style (1982) e Breaking (1984). Com estas produções, não só a música, mas o estilo, as vestimentas, a cultura do grafite e o linguajar próprio. Contudo, seria com artistas ocidentais como Kyle Ching e Dana Burton que o hip hop começou a ser levado a sério no país comunista no final dos anos 80.


 


Como toda boa história, um revés confrontaria o sucesso crescente do estilo. O Massacre da Praça Celestial, em 1989, foi seguido de um fortalecimento das políticas oficiais de incentivo da arte tradicional chinesa. A mídia concentrada nas mãos do Estado passou a parar de transmitir músicas ocidentalizadas e que incitasse jovens a revolta. O Hip Hop seria alvo desta política de censura de Beijing.


E agora? Quem poderia salvar o Hip Hop na China?


Eminem!


Sim, foi Eminem, com seu filme 8 Mile de 2002 e das cópias ilegais do filme provenientes do Japão e de Hong Kong que o Hip Hop seria assimilado pelas cultura urbana e jovem de cidades como Shangai e Beijing.


Hoje, apesar de conviver com o apoio sufocante do Partido Comunista às demonstrações culturais "legitimamente chinesas", o Hip Hop junto ao Rap começam a se moldar à diversidade cultural das 23 províncias chinesas e mais de 50 dialetos, tornando-se uma ferramenta para manifestações jovens.


Pode parecer pouco, mas em um país onde liberdade de expressão é encarada como um luxo desnecessário, isso faz toda diferença.


 

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Aond nasceu o esporte?

por José Maria Pugas Filho



Perguntinha complicada que não pretendemos responder. Afinal, nosso trabalho é falar sobre clipes e não há muito espírito esportivo em um clipe de Paris Hilton.

Aposto que a tiazinha chata, mas fiel leitora desta coluna, está irritada resmungando: Se não fosse Olímpiadas esporte passaria batido por esta revista.

Vc não está enganada, leitora sedentária. SE não fosse Olímpiadas. Mas sim, estamos em festividades Olímpicas. Poucos acompanharão os Jogos, claro, afinal o fuso horário é o pior possível, mas para aqueles que trabalham e ficam amargurando ter perdido a partida de Maratona Aquática, nós faremos a cobertura do maior evento esportivo do planeta (e dá-le Galvão Bueno).

Parando de vender nosso peixe e começando a mentir que somos cultos, respondemos a pergunta feita logo no título de nosso texto. Aonde nasceu o esporte.

Apesar de não poder se encontrar uma resposta fácil para esta pergunta (se houver uma resposta para esta pergunta), se depender dos anfitriões de Beijing (não é mais Pequim ha ha ha) foram seus ancestrais de olhos puxados os criadores do Esporte, restando para nós, ocidentais, a criação das Olimpíadas e da Coca Cola que os patrocina.

Nesta semana pré-jogos, mostraremos um pouco deste país livre e democrático que sediará os Jogos Olímpicos de 2008:

Preparem seus lencinhos molhados para evitar a poluição, pois estamos chegando na China.

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Clipes da Mongólia? Cazaquistão? Uzbequistão? Outros países terminados em ão? Lógico que tem! E como tem! O VMC quer mostrar as mais diferentes culturas desse mundão afora e como ela aparece nos videoclipes.



Finlândia
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